A MULTIDÃO NÃO PARTICIPOU, NEM APLAUDIU A REPÚBLICA

TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO "REVIVENDO O IMPÉRIO BRASILEIRO",
DE LEOPOLDO BIBIANO XAVIER PARTE I.
"Raramente uma revolução havia sido tão minoritária. Partindo do centro para a periferia, que republicamismo poderia existir no vasto império Brasileiro? A sintomática ausência de apoio popular ao golpe de 15 de novembro foi ressaltada por diversas testemunhas. Arthur Azevedo, que viu o cortejo militar do dia 15 de novembro, afirma:
'Os cariocas olhavam uns para os outros pasmados, interrogando-se com os olhos, sem dizer palavra. Na Rua 1° de março a passeata desfilou em silêncio, com Deodoro tentando manter-se ereto na sela e apresentando sintomas de recrudescimento de sua doença cardíaca.'
O Conde de Weisersheinb, embaixador da Áustria no Rio, comunicou a Viena, em despacho feito cinco dias após a proclamação da República:
'A grande massa da população, tudo quanto não pertencia ao Partido Republicano, relativamente fraco, ou à gente ávida de novidades, ficou completamente indiferente a essa comédia, acenada por uma minoria decidida.'
O Visconde de Pelotas constatou a mesma indiferença:
'A Nação foi estranha a esse acontecimento, que aceitou como fato consumado. A sua indiferença foi injustificável como ainda agora está sendo diante de novas ocorrências, e as conseqüências deste erro não se farão esperar muito.'
O conspirador Aristides Lobo registrou na imprensa paulista:
'O povo assistiu aquilo bestializado, atónito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditavam sinceramente estar vendo uma parada."'

Texto extraído do RIONOVENSE Informativo nº 1 de Agosto de 2011 do Grupo Monarquísta "Maneco Dionísio"